sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

As consequências do voto nulo

Atualmente, estamos vivendo um cenário político muito crítico; um verdadeiro descontentamento generalizado no âmbito da política nacional. Tais decepções podem ter causas nos diversos escândalos de corrupção que aflora em todos os segmentos políticos (municipal, estadual e federal), além das constantes promessas infundadas que não são cumpridas depois da vitória nas urnas e sem contar as mais variadas formas de compra de voto. São os denominados demagogos, que brincam com as necessidades alheias; com o sofrimento do povo, com a esperança daqueles que, apesar de tanta frustração, de tanta carência, ainda sonham em viver dias melhores proporcionado pela democracia.
Decepar os sonhos de uma pessoa deveria ser crime. Arrancar-lhe a esperança da alma é no mínimo um ato de extrema crueldade. Dessa forma, a cada dia que passa cresce a insatisfação e as pessoas estão deixando de participar do processo político de nosso país. O afastamento das pessoas da política proporciona uma ruptura no processo democrático, onde podemos lutar para diminuir as desigualdades sociais, a miséria, a fome, as injustiças sociais e tantas outras mazelas da sociedade.
E eis que vem latejando em nossas mentes aquela pergunta: Votar ou não votar?... Eis a questão. Questionamentos como “de que adianta votar? Vai tudo continuar na mesma”, são propagados por todos os cantos. Sem dúvida, o descrédito e o desalento contidos na sua formulação podem ser os principais responsáveis pelo crescimento significativo dos políticos corruptos, pois esses eleitores deixam de votar, votam nulo ou errado ou ainda vendem o voto. Quanto mais afastado estiver o povo da política, quanto menos conhecimento possuir e mais alienado for, maior e mais fácil será a proliferação dos maus políticos. Consequentemente, os poucos bons políticos que ainda existem perdem substancialmente seu campo de ação.
E não adianta defender a concepção de votar nulo, justificando não existir opção e que não será responsável por quem estará no poder. Com essa postura, você está apenas se omitindo, tornando um cidadão fantasma e contribuindo consideravelmente pelo alastramento dos “parasitas da política”, colaborando de forma indireta pela destruição de nosso país, permitindo que esses “parasitas” se estabeleçam por muito tempo no poder. Na tua omissão está caracterizado o contentamento e talvez a vitória daqueles que podem destruir a nossa nação.
Votar nulo é ficar alheio ao processo eleitoral mesmo estando inserido na sociedade. Talvez seja esta a pior posição, pois apesar de seu voto não ser computado, você continua a contribuir de forma indireta para a eleição dos maus políticos, conforme abordado anteriormente. Castrando de forma evidente com as possibilidades de ter um bom representante. A omissão e o voto nulo, talvez sejam no processo eleitoral a mais covarde das atitudes. É querer ficar isento de um processo só para fugir das responsabilidades futuras que este ato pode gerar e transmitir essa responsabilidade para aqueles que participaram do processo eleitoral. É muito cômodo tal atitude. Mesmo sendo o voto nulo um voto de protesto, a contribuição desse ato para a eleição de um mau político pode ser grande. Temos que tomar cuidado com algumas formas de protesto, pois em alguns momentos podemos ser os maiores prejudicados e os danos podem ser irreparáveis para a nossa sociedade.
O voto constitui uma grande oportunidade que cada cidadão tem de transformar a realidade do nosso país; é uma forma de conferir aos parlamentares e governantes responsabilidades para atuar mediante as necessidades de cada região; é manifestar suas inquietações e insatisfações na busca por uma sociedade mais justa e melhor para todos.
Por mais incoerente que seja a solução pode estar em nossas mãos. O voto constitui uma arma importantíssima e poderosa; com ele podemos mudar o rumo do nosso país. Sendo assim, ficamos na esperança de resgatar o voto consciente e responsável para o cultivo de uma nova era, projetando uma nova aurora para um futuro melhor para todos.

2 comentários:

  1. Professor Diniz, pensamos exatamente igual. Ontem mesmo tive uma discussão com um pessoal q se diz politizado e q defende o voto nulo. Escrevo num blog chamado "Direitas Já" e se vc não se importa republicarei lá esse artigo com os devidos créditos.

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  2. Ainda bem que a dúvida do "Talvez sejam" esteja na cabeça dos mais covardes e ignorantes dos professores chamado "Diniz", pois compactua com a ilegalidade moral e antidemocrática do chamado "voto obrigatório", já que esquece que até mesmo Jesus quando deu uma nova alternativa aos que queriam apedrejar Maria Madalena quando disse: "Aquele que não tem pecado atire a primeira pedra" e um a um, do mais Velho ao mais moço, foram "votando Nulo" e indo pra casa descansar no domingo.

    Maria Madalena simboliza a sociedade que não merece receber as pedras (candidatos) sobre suas cabeças, só porque dizem que toda sociedade merece o político que tem.

    Liberdade e democracia também significam ter a possibilidade de escolher não comer quando tudo que se tem sobre a mesa são alimento que matará a todos os convidados.

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